Aqui está uma realidade, especialmente para quem "lida de perto" com os sentimentos, com a vida lá fora, com um mundo repleto de tantos sentimentos destes! Quem lida com drogas, no dia-a-dia (podes nem consumi-las, mas, mesmo à distância, elas consomem-te!), quem lida com "observações" constantes, quem se sente perseguido na rua, na noite, na vida...
Que um dia serás meu! Porque, se te vejo de madrugada pelas ruas, sei que um dia virás ter comigo: talvez sejas o meu assassino; talvez venhas a ser o que mais anseio, desde há alguns anos: o meu amante perfeito!
Quem sabe?! Apenas tu, as tuas acções e o tempo o ditarão!
Porque te escrevo e porque te vejo, então, no mesmo espaço que eu. Mais do que o teu carro! Mais do que uma visão fugaz do mesmo a passar! Tu ali, onde eu regresso depois de escrever!
Os meus amantes envolvem-me nos seus braços, sussurram-me coisas imperceptíveis aos ouvidos e eu imagino os teus abraços prendendo os meus braços, a tua boca calando a minha, na loucura dessa hora, o teu corpo a queimar o meu, no desejo de mais do que aquele momento a sós...
E aqui me fico a fantasiar contigo, com coisas que considero impossíveis. E vejo, então, que se algo de mau acontecer entre nós, se as coisas descambarem e derem merda da grossa, estou completamente lixado: as pessoas que tu conheces... Não tenho, eu, qualquer protecção, se isso acontecer! Loucura... Mas eu quero-te... E fecho-te no meu claustro de ansieades... E levo-te no cela do meu coração onde quer que vá, com quem quer que vá, és tu e sempre tu quem está presente na minha alma...
O teu sorriso... o teu sorriso não é mais o sorriso doce que conheci: marcado pelo tempo, pela vida! Mesmo que sorrias para mulheres, há sempre esse peso que eu não havia conhecido no teu sorriso! Ainda assim, é o mesmo sorriso do qual gosto, o qual amo com toda a força do meu ser!
Porque tu és tu e porque tu és importante para alguém neste mundo: para mim!
Continuo a "ver-te" por aí. Se não te vejo a ti, vejo o teu carro estacionado nesta ou naquela rua! Se não vir o teu carro estacionado, vejo-te a passar nele. A tua presença restringe-se a isso agora: a visões fugazes do teu carro, em que já nem a honra de te ver a ti tenho. E sei que isto vai continuar a ser assim, sei que, por muito que me doa, vou continuar a fugir disto ou daquilo, tudo numa vaga e vã esperança de que, algum dia, sejas meu! Mentira! Impossível!
Sei que posso fugir para onde quer que seja, mas tu andarás sempre no meu coração. Esta ferida que se abre sempre que algo, como isto de ver o teu carro, acontece, sempre que tenho a sensação de ser seguido por este ou aquele carro, especialmente quando me parece o teu carro, será a única coisa que se fechará, que terminará se eu sair desta cidade. O medo, a ansiedade estranha, os meus devaneios, a minha vida a 1000 km/h, como se fugisse de algo, como se tentasse alcançar algo... Tudo isso só se resolverá quando eu encontrar paz comigo mesmo.
A tua presença consegue ser mais fria que o frio deste inverno que atravessamos agora. A tua presença consegue ser mais cortante que a mais afiada das lâminas, mais triste que a beleza das folhas das árvores, caídas no Outono, levadas pelo vento, fazendo estranhas danças no chão dos parques... A tua presença faz-me repensar toda a minha existência, toda a consistência da minha alma, das minhas ideias, faz-me até escrever neste blog desta maneira, indo contra toda a "resolução" que eu tinha feito para o recomeço.
Sempre a dizer que não àquilo que realmente quero! Sempre a dizer que não, a renegar o desejo, pela má imagem que eu vejo quando estou em frente ao espelho. Sempre a dizer que não, porque tenho, neste momento, nojo de mim mesmo! Como posso esperar que alguém queira e force a situação, quando a minha vontade é de dizer: NÃO, NÃO, NÃO!???
Com as coisas que faço, com a vida que vivo e com as pessoas com quem lido!
por vezes, parece que é mentira toda verdade de um momento! Sonho-me, tantas vezes, parecido com a minha amada avó materna: mulher do campo, saia e lenço na cabeça! Sou homem, no entanto, orgulhoso de o ser e reconheço em mim, traços do meu avô.
Quando eu sair deste mundo, um dia, espero que haja uma grande festa, depois de todas as lágrimas! Que fumem muitas ganzas e que bebam toda a Tequila possível! Apenas aí estarei em paz... apenas então, todos os sentimentos, todas as ânsias e todas as saudades farão sentido!
Enterrem-me de pé, para continuar a curtir a loucura que há cá neste mundo! Cremem-me e lancem-me ao vento: seguramente encontrarei o caminho para o mar e/ou para o deserto! qualquer das opções é válida!
E quem me dera entender o meu sentir e esta escolha de palavras!
Não estaria simplesmente a ouvir a música, mas a sentí-la! Mas parece que nunca fará muito sentido... Acho que poucos podem sentir as coisas deste jeito: o que os sentem, estão longe ou mortos!
porque já tentei escrever em dois dos meus três blogs e nada consigo escrever!
Há dias em que o meu maior desejo é ser brindado com uma inspiração divina na maior parte do meu tempo: criar seria tão fácil e necessário como respirar e tudo o resto, na vida, que outros consideram essenciais não valeria de nada!
Em tempos penso que haveriam certas coisas que seria melhor que nunca tivessem sido ditas. outros tempos houveram em que quis apagar tudo o que escrevi, rasgar tudo o que pintei e desenhei (e fi-lo com as minha pinturas e desenhos antigos, de quando era uma criança e, posteriormente, um adolescente). Pensei também que seria melhor esquecer os meus sonhos e largar algumas pessoas da minha vida... Simplesmente largá-las e deixá-las ir! Com algumas dessas pessoas, já o fiz, embora sinta a falta delas. Mas não mora, no meu coração, qualquer tipo de remorso ou de arrependimento. Outras mantive, na esperança de que mudassem, de que fizessem valer a pena manter essa amizade de anos: as pessoas têm atitudes erráticas, desiludem-me (não quer dizer que eu não faça nenhum dos dois) e fazem-me arrepender de as manter como amigas...
Neste triste fim de tarde, apercebo-me de que, a solidão, pode ser a minha maior maldição, mas de que o meu direito de escolha entre estar sozinho ou aceitar ceder o lugar ao meu lado a alguém, é uma das maiores dádivas que esta Vida poderia ter para me oferecer!