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As Crónicas da Vítima

As Crónicas da Vítima

"rasga esses versos que eu te fiz, amor..."

31.01.14 | Bruno

Os Meus VersosRasga esses versos que eu te fiz, amor! 
Deita-os ao nada, ao pó, ao esquecimento, 
Que a cinza os cubra, que os arraste o vento, 
Que a tempestade os leve aonde for! 

Rasga-os na mente, se os souberes de cor, 
Que volte ao nada o nada de um momento! 
Julguei-me grande pelo sentimento, 
E pelo orgulho ainda sou maior!... 

Tanto verso já disse o que eu sonhei! 
Tantos penaram já o que eu penei! 
Asas que passam, todo o mundo as sente... 

Rasgas os meus versos... Pobre endoidecida! 
Como se um grande amor cá nesta vida 
Não fosse o mesmo amor de toda a gente!... 
 Acordei hoje com estas palavras na mente. Acordei com esta interpretação deste poema a tocar dentro da minha alma. E porque será?
Talvez seja da tua passagem por mim numa destas noites (e um novo carro e uma nova matrícula para decorar. Talvez seja paranóia. Eu prefiro pensar nisso como auto-preservação). Talvez seja de ter pensado em ti, como um chamamento, nos dias anteriores a esse teu reaparecimento. E os meus próprios versos... em quantos tenho aquelas iniciais que julgava serem as tuas? Quantos e quantos foram escritos por ti? Por ti, nada senão uma grande mentira, um grande vazio e um buraco enorme na minha alma?
Acordei com este poema / fado na minha alma hoje de manhã. Talvez por ti. Talvez pelas pancadas impossíveis do poeta (eu). E porque escolho, como objecto das minhas pancadas pessoas que nunca me ligarão nenhuma? Por isso mesmo: não há riscos de iludir-me, enganar-me a mim próprio outra vez e de sair magoado de certas situações. Não existem assim os riscos que o amor comporta.

Porque é que penso tanto nisto? Tenho a tendência de dizê-lo em voz alta, de escrevê-lo nos meus diários mais íntimos, de escrevê-lo aqui ou em qualquer blog. Uso-o como uma desculpa esfarrapada para justificar o meu desejo de estar e permanecer sozinho.
Amar não é bom! Se amar fosse bom, não existiriam tantas pessoas a quererem-se sozinhas. As que querem amar, nunca deverão ter amado e sofrido a sério.
O meu espaço e o meu cigarro. E os meus filhos, que são os meus versos e os meus animais. Horas negras e vazias, a escrever por e para quem não merece. Mas agradeço por isso: tenhoalguns dos mais sofridos, sangrados e belos versos escritos por ele. E por ele aprendi que o amor é o maior dos males. Por ele cresci em sentimento. Estou tão grande, que me elevo em orgulho em todas as horas da vida. Mesmo nas horas de medo e de vergonha, encontro algum orgulho por que valha a pena reafirmar tudo quanto tenho vindo a dizer!

"Vais morrer sozinho", têm-me dito. E eu não me preocupo. Quando morrer, não sentirei mais. Quando morrer, não terei que preocupar-me mais com ninguém, nem com os meus versos, nem com o teu amor (ou com a falta dele).
E é uma verdade que aprecio muito mais as minhas noites sozinho, com a minha música, com os carros que passam na estrada, com a lua lá em cima ou com a chuva que cai. Escrevo os meus versos (será que valem alguma coisa?) e são mais belos quando sofro. E se quando morremos o nosso legado é apenas o nosso nome, porque hei-de preocupar-me com o amor, quando o meu legado serão os meus filhos? Os meus versos ou o pouco que hoje em dia vou desenhando? Esses que são os meus filhos de luz, dos espaços que vou habitando, do fumo dos cigarros ou das ganzas que me envolve!

Hoje acordei assim: penso em ti, com esses versos na minha alma. Versos esses que alguém canta. Penso nos meus próprios versos, aqueles que te fiz. E é qualquer coisinha assim, ligeiramente dolorosa que me bate na alma, como a chuva que cai lá fora bate nos vidros das janelas.
E é pedir-te o esquecimento, do esquecimento que não sei dar-te.

parece-me que se passaram cem anos

29.01.14 | Bruno
Parece que passaram séculos desde que fiz isto pela última vez. Parece-me que se passaram séculos desde que dei importância a algumas das coisas que queria ou que deveria dizer, mas convenhamos que muitas das coisas não têm sido das melhores. Há uma coisa ou outra que tem vindo a mexer com o meu sistema nervoso. Há uma ou outra coisa que complica o meu constante estado de paranóia.
Tenho escrito algumas coisas em casa. Tenho vencido a maior preguiça e tenho vencido a maior parte das coisas dolorosas, passando-as para o papel. Tenho feito as mudanças necessárias e posto os pontos finais onde têm sido necessários. Recomecei as minhas "ferramentas necessárias". Mas continua tudo tão parado. Pouco ou nada muda verdadeiramente!
Uma destas noites na bomba, passa a polícia no carro. Passam bem devagar, olhando bem para quem é que ali está. Pouco depois, um dos clientes da bomba fica a olhar para uma das pessoas que estava comigo e para a rapariga que lá trabalha. Tive um mau pressentimento, que se agravou quando ele rondou a bomba de gasolina mais de vinte vezes. Ao passar pela porta da esquadra, confusão lá dentro. Entram e saem de lá rapazes (adivinhem!). Saem aos gritos ou aos telemóveis. O carro da pessoa em questão passa por nós. O carro em questão pára-me no túnel (tremi muito) e pergunta-me pelo meu amigo: "o branco, não o preto" diz-me. Dou uma desculpa esfarrapada e enquanto ele se afasta lentamente, o meu amigo vem na minha direcção. Recebi mensagem dessa minha amiga da BP, a dizer que o gajo rondou as bombas até de manhã. Parece que os meus maus pressentimentos continuam sem falhar, quando batem certo. Parece-me que, quando digo que devemos bazar, é porque é hora disso mesmo!
Tudo se passa e tudo corre. Esta cidade é louca e está cada vez pior.
Parece-me que se passaram mais de cem anos...
Cem anos...

algumas ideias e alguns pensamentos!

24.01.14 | Bruno
Tive que me levantar cedo para ir ao hospital marcar uma consulta de oftalmologia. A noite não foi bem dormida: passada no café com boa gente, boa conversa e descontracção, depois um tempo nas bombas com alguma palhaçada habitual. Ao chegar a casa tardiamente, ainda fiquei a ver um filme, que deixei a meio. Passei praticamente uma manhã inteira no hospital, tudo para marcar uma consulta.
Incrível como, em alguns aspectos, uma noite mal dormida nos deixa tão lúcidos, apesar de pesarem os olhos e de abrir-se a boca.
Naquela imensa sala de espera, os imensos "carneiros" (pegano nas palavras de Howard Phillip Lovecraft) e "ovelhas". As massas. A gente crua e rude, dentre a qual encontrei alguns conhecidos. E esses mesmos "carneiros" deram-me algumas ideias; alguns lugares por onde passa o autocarro deram-me algumas ideias; e as várias versões de uma mesma música deram-me algumas ideias. Espero em breve ganhar a coragem necessária para sentar-me em frente do computador e escrever. Escrever as ideias que tenha. Desenvolvê-las. E, finalmente, procurar maneiras de publicar essas minhas ideias, seja em livro de papel, seja em e-book!
Acho incrível como uma noite mal dormida e uma extenuante manhã na sala de espera de um hospital para marcar uma consulta de oftalmologia podem deixar-nos tão lúcidos.

Já em casa, vou ao Facebook. Começo por ver as minhas notificações e, atraés delas, vou para a um ou outro perfil. Vejo fotos e publicações de pessoas que em tempos fizeram parte da minha vida ou que me foram mesmo importantes. Quantas palavras eu diria a uma delas. "Tenho saudades tuas" seriam talvez umas dessas coisas que eu lhe diria.
Através de comentários deixados a essa pssoa chego a um outro perfil e vejo, no entanto, que há pessoas que, por muito que mudem, não mudam em nada. E chega-me à lembrança uma caricata situação em que passas por mim na rua e gritas-me. Já não sei o quê, nem recordo quem te acompanhava, record apenas que gritavas e que estavas acompanhado. O meu coração bateu descompassado. Tive receio. Agora, já não. Mas sei que para me livrar de algumas pessoas e de certas situações, apenas saíndo daqui o conseguirei. Mas não o vejo a acontecer tão cedo.

Agora tenho coisas para ler, que devia ter lido há já algum tempo.
Dessas mesmas coisas, pode depender o começo da minha vida editorial. E se é algo que desejo, por que não o fiz antes? Pura falha na escolha de prioridades! Nem preguiça, nem algo que se assemelhe, apenas isso: uma imensa falha na escolha das minhas prioridades e talvez a escolha de um caminho mais fácil e "barato"!

Enquanto viver

20.01.14 | Bruno
Já tinha escrito. Apaguei-o. Talvez hajam coisas arriscadas demais. Talvez hajam coisas sem o mínimo problema e eu é que complique. Mas eu sou assim! Enquanto viver, não há como mudar!
Mesmo os cadernos onde escrevo os meus poemas, antes de passá-los para o computador. Pelo meno esses, têm qu ser escritos em material palpável e não emmais que falíveis ficheiros digitais! Mesmo nesses, há coisas que escrevo para depois rabiscar por cima. Agora, finalmente estou mais do que decidido em repassar todos esses escritos, onde se incluem entradas de diário, em cadernos novos e em lugares apropriados. Diários para repassar as entradas de diário, cadernos do mesmo tipo e tamanho para passar os poemas. Talvez escrever aí também algumas histórias, ideias, começos ou planos. Ou talvz arranjar cadernos para esses efeitos. Quero deixar de ser tão espontâneo nas minhas escritas e ser mais metódico. Pelomenos, nas histórias e prosas.
Enquanto viver, serei sempre esta pessoa com uma necessidade de controlar certas coisas ao máximo, nem me permitindo viver um pouco diferente disso, mais livre e mais solto.
Enquanto viver, terei sonhos e fantasias, muitas das quais nem apropriadas à minha idade. Ainda terei esperanças infantis.
Enquanto viver, serei capaz de cometer erros e, por vezes, de não reconhecê-los. Não pretendo desculpar-me de nada, mas também não pretendo apontar dedos.
Enquanto viver, posso reagir bem ou mal às situações, mas sou aobrigado a reagir.
O que tenho, não é o que va salvar-me. Sinto que é até, algo que vai afundar-me mais ainda. Então, mais vale saltar fora!
Não interpretem mal os meus silêncios, nem as minhas ausências.
Enquanto viver, nem tudo de mim é bom...

O meu humor não está dos melhores

13.01.14 | Bruno
Bem, que raio de dia!
Acordei irritado, dói-me ligeiramente a cabeça, doi-me um dente. Mais logo, tenho uma formação das vendas que comecei, mas a minha vontade e a minha motivação são nulas. Já escrevi a minha opinião em relação a este assunto, mas nem por isso me sinto melhor relativamente a isso. Este género de trabalhos nunca é bom, no sentido em que poucas coisas são garantidas. Nem todos querem maquilhagens ou detergentes. Nem todos querem comprar a um estranho, assim como não tenho descaramento para bater portas, oferecendo demonstrações de detergentes ou do que seja. 
O meu humor não é dos melhores hoje. Estou num tal estado que receio desatar a chorar a qualquer instante. A chuva cai lá fora e quase que tenho a certeza de que são os anjos a chorar por mim!

Trabalho... mais trabalho ainda...

12.01.14 | Bruno
Comecei recentemente a vender produtos de cosmética, de bem-estar e nutrição, de produtos para casa, desde detergentes, a conjuntos de panelas, tachos e tudo o mais. Fui naquela de tentar, mas tenho sérias dúvidas quanto a isto. Tenho uma formação amanhã à noite, à qual me apetece faltar. Como já disse, tenho dúvidas relativamente a este "trabalho", que nem dá trabalho, que nem dá segurança... não dá nada, se formos a ver bem! Mas estou a tentar!
Na semana passada fui a Lisboa fazer a entrega de alguns currículos. Ainda estou à espera de resposta de algum dos lados, mas estou com esperanças. E além de esperanças, estou com a determinação de sair de casa, amanhã de manhã ou de tarde e ir até Lisboa... o objectivo? Entregar mais currículos! Ainda que possa fazer algum dinheiro, por mínimo que seja, não quero estar neste ramos das vendas. Por vários motivos!
Eu quero trabalho, não uma amostra disso!
Eu quero segurança, não o medo de que, a cada mês, a cada semana, não tenha conseguido vender o suficiente para nem ter dinheiro para um café!
Estou a tentar... muito insatisfeito...

...

08.01.14 | Bruno
Sucesso, Trabalho e Água - sucesso e trabalho são muito benvindos, agora a água deixa-me com falta de compreensão...
Dos planos à prática. Ainda há muito que tenha que fazer, mas, de passos pequeninos, comecei a dar passos maiores e comecei a fazer por mim. Comecei a correr atrás de uma ou outra coisa que é tão ou mais necessária que rasgar velhas cartas ou mudar os móveis do quarto de lugar (o que ainda não fiz)!
Antes pensava e agora tenho a vontade firme: estes blogs serão parados, para dar lugar a blogs novos; facebook e twitter e tumblr... todos eles serão eliminados, para começar coisas dessas de novo. Os meus velhos cadernos, rasgados, riscados, com páginas arrancadas e capas em mau estado, serão repassados. Poemas e histórias para um lado, páginas de diários e desabafos para outros, fora o que será deitado ao lixo. Creio que a única coisa que mexe realmente comigo, prende-se aos blogs.
Neste momento, a minha tita (maneira carinhosa como trato a minha tia desde miúdo) tenta marcar uns exames por telefone. Ela tem sofrido com desiquilíbrios e tanto ela como o médico chegaram a pensar que fosse algo de muito grave. Em princípio, não será nada de tão grave como se julgava ao começo.
Vou beber um café com ela depois dessa marcação... depois disso, acho que venho passar o resto da tarde com ela e, enquanto ela faz qualquer coisa que tenha psra fazer em casa, eu vou ficar pela Internet. Por um lado, apetece-me ir ao Nosso. Por outro, esta é a minha vontade maior.
Ando sem jeito de escrever. Não me agrada. Não sai com eu gostaria. E nem mesmo isso me impede de ir tentando.
Tenho aguardado uns telefonemas que nunca mais chegam. Acho que terei que ir outra vez a Lisboa. Pelo Cacém e pela linha de Sintra, é mesmo para esquecer.
O tempo vai passando e eu vou ficando cada vez mais cansado destas situações. As pessoas ou desiludem-me ou irritam-me, sem quês, nem porquês. Tenho acessos de raiva, de tristeza, de solidão, mas nem por isso eu pondero que, talvez o outro caminho, seja melhor. As ruas da cidade fascinam-me, sob um outro prisma ou sob as músicas de outros tempos, mas nem mesmo por isso deixam de ser as mesmas velhas ruas.
Eu tento escrever e, a minha tita que já marcou os seus exames, fala-me continuamente, dificultando-me a tarefa em demasia. Não a levo a mal... mas também, bem cá dentro, não deixo de censurá-la.
Eu quero mais e estou a ir atrás, mas esse processo parece moroso. Penoso. Ainda agora comecei e não quero afundar-me em auto-comiseração. Não posso deixar desmotivar-me por uma coisa pequena e mínima. Mas não está fácil...

Pensamentos...

06.01.14 | Bruno
 Está a chover lá fora.
Com Internet grátis em casa da minha tia, decidi gastar €0,50 para vir aqui. Fui alterar os vídeos do Youtube (ou melhor, as suas descrições e adicionar os links dos blogs lá)!
Tenho feito várias coisas. No meu outro blog, começara por escrever das mudanças. E realmente, essas mudanças têm começado a ser feitas. Ainda não vi nenhuns resultados... até poderia dizer isto, mas comecei por notar já algumas mudanças.
Enquanto desço a rua debaixo da chuva torrencial, passa um talhante pela senhora que vai à minha frente e diz: "já chove!". Claro! É mesmo típico de tuga dizer destas coisas. Eu sei, porque também eu as digo! ;)
Na televisão, só falam da morte do Eusébio. Ok, o homem morreu. Agora deixem-no descansar em paz. Multiplicam-se as publicações, os comentários (algum ódio destilado de parte a parte), as invenções... até li que queriam colocá-lo no panteão Nacional. "Ele nem era Português!" era uma das justificações contra a sua concordância nesse assunto. E eu concordo com essa comentário, repudiando a ideia.
As pessoas na loja eram menos quando aqui entrei. Agora são mais, mas nem mesmo isso me causa maior desconforto.
Eu vi e fui vendo as pessoas. Ao longo de todo este tempo, fui absorvendo as suas atitudes, as suas palavras, os seus comportamentos. Na maior parte das vezes, fui fazendo toda essa "absorção" em silêncio. Agora sei quem são e como são muitos deles. por isso mesmo, agora mantenho-me mais calado do que nunca. Acabei por falar demais na outra noite. Ainda que toda esta situação se altere e que eu consiga atingir os meus objectivos mais imediatos, todos eles pensarão que continuo a ser apenas um idiota preguiçoso, que não faz nem quer fazer. Tenho a certeza de que muitos deles dizem-no nas minhas costas e pensam-no na minha presença. Por isso mesmo, vou manter o silêncio de todos os meus passos. Quando tudo estiver mudado, vou mantê-los na ignorância.
Não merece saber muito de mim, quem, de mim, tanto tem falado!
E é assim!