Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

As Crónicas da Vítima

As Crónicas da Vítima

Sempre quis entender-me

21.03.14 | Bruno
Partilho esta música que, em 1980, serviu de banda-sonora a uma telenovela japonesa. Isto, de acordo com o que diz na descrição deste e de outro vídeo da mesma música. Como os anos passam.
Chegámos à Primavera, supostamente. Nos últimos dias de Inverno tivemos um sol tão bom. E o quentinho... calor até. Hoje, saio de casa para deparar-me com um céu nublado e preparado a largar a chuva. Afecta-me sempre este tempo. Ou talvez sejam as súbitas mudanças de temperatura, de luz...
Por vezes, gostava de ter uma percepção maior do meu ser. Gostava de entender porque é que fico tão sério e pensativo, olhando o horizonte, com o mesmo pensamento cheio de coisas negras e tristes. Gostava de entender esta busca incessante de coisas que, nem mesmo eu, consigo entender. Gostava de entender porque é que eu desprezo as coisas que os outros mais procuram (como o amor, por exemplo)!
Coisas que, em tempos, foram tão importantes, hoje já não importam minimamente. E se procuro sempre algo... e se perscruto sempre o horizonte em busca de algo... que é esse algo? Que é que procuro nas longas e solitárias caminhadas pela madrugada? Nas ruas mais vazias e mais sombrias, que é que procuro? E porque é a minha paranóia a razão de continuar vivo?
Arde no meu peito o maior dos fogos... fogo divino? Ou fogo infernal? Paixão!? Ou desejo!? Ânsia da morte ou fome de viver?
Quem sabe?
Quem saberá?

Fado, os antigos e os mortos

13.03.14 | Bruno
Durante o almoço e um pouco mais além, estive a ouvir uns Fados. Fadistas mais antigos, fados mais antigos, gente que já se foi... gente que ainda caminha entre nós, pertencentes a um outro tempo, a outros sonhos... e são os mais antigos e são os mortos que têm a minha maior adoração. Têm um outro charme. Têm um outro encanto.
Os anos passam e é o que fica no passado que parece melhor. E é o que o passado guarda que me parece mais delicioso.

Nostalgia

11.03.14 | Bruno
Eu queria dizer muita, muita coisa. Escrever longas e belas frases. E sinto-me incapaz de fazê-lo. Dizem-me que consegum sentir perfeitamente o que eu escrevo: existe tanto sentimento à flor da pele, tanta coisa que sai de mim e as pessoas conseguem sentir o que escrevo.
Sinto raiva. As pessoas sentem-na.
Sinto-me confuso. As pessoas entendem-no e sentem-no.
Sinto desejo. As pessoas entendem-no. Sentem-no. Talvez o próprio, enlevado pelas minhas palavras.
Está uma tarde quente e de sol. Bebi um café com a minha tia, na esplanada perto de casa dela. O sol quente de começos de Primavera, fins de Inverno sabe tão bem. Adoro o frio, mas não gosto menos do Sol e do calor.
Andam esperanças a rondar a minha alma. E na esperança, corre sempre um gosto nostálgico, uma saudade do que já foi. Saudade de mim. Saudade daqueles que já não estão por cá. Por muita esperança que haja, haverá sempre aquele gosto agridoce na bocae na alma.
Eu queria dizer e escrever tanta coisa... mas há alturas em que parece inútil.