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As Crónicas da Vítima

As Crónicas da Vítima

Notícias? Para quê?

31.07.15 | Bruno
Bem, não sei por que é que eu insisto em ver as notícias. Vou acabar por irritar-me. Vou acabar por ter vontade de escrever coisas que afectarão os mais sensíveis. Talvez mais tarde. Talvez mais logo.

Ausência

23.07.15 | Bruno
Dir-se-ia adeus a uma vida inteira? Adeus a uma vida inteira de pequenas verdades, de pequenas mentiras, de pequenos momentos, de pequenos objectos? Dir-se-ia adeus a uma vida inteira de sorrisos e de lágrimas, de sangue e de suor, de carinho e de ódio? Dir-se-ia adeus a uma vida inteira a troco de quê?
Eu sonho e ambiciono mais. Mais verde, mais campo aberto, mais montes, mais estrelas no meu céu, mais silêncio, mais solidão, mais afastamento, mais distância. Eu sonho e ambiciono mais de mim, mais da ausência, mais da minha frieza e mais da minha amargura.
Longe daqui, das ruas povoadas de estranhos selvagens, da cidade que amo e com a qual me identifico cada vez menos. Longe de todos quanto amo, próximo da minha terra, da minha raíz. Onde ainda se fala o Português que tanto amo. O meu amor é a minha terra, o meu amor é a minha pátria, o meu amor é a minha língua - fúteis vaidades para alguns, imensa verdade para mim.
Estender-me-ei no meu campo. Serei uma árvore tocada pela vento, "abrindo os braços ao céu, como um crente". Serei a pedra da calçada que todos pisam ou de uma terra ao abandono. Serei tudo, tudo o que sentirem e tudo o que tocarem. Serei aquele gostinho amargo na boca, de um amor que terminou, o vento que leva as lágrimas de desgosto, a pedra da sepultura. Serei tudo sem ser nada. E serei feliz. Serei amarguradamente feliz.

The Idan Raichel Project com Ana Moura: "Sabe Deus"

23.07.15 | Bruno
Directamente de Israel, chega-nos esta música, com a participação da sempre linda Ana Moura. Não poderia deixar de sentir o orgulho e a honra de tudo isto, de toda esta música, que me tocou a alma desde o momento da descoberta.

Viaja a minha alma por terras de Além. E pela terras de Além (aonde, minha gente, mora a minha alma?), a minha alma sofre por estes cantos, a minha alma sofre por estes sentimentos. E sem bem saber como, a minha alma procura um jeito de desvincular-se de tanta coisa...

Hoje, talvez seja a noite. Ou a manhã. E daí, talvez não...

Tenho ponderado no encerramento dos meus blogs. Coisas temporárias, porque quero corrigir erros ortográficos, erros gramaticais... e escrever, entretanto, sem que isso implique que seja por aqui.
Hoje, talvez seja a noite. Ou a manhã. Ou talvez não.

Meu Deus...

19.07.15 | Bruno
... se estás a testar-me a boa vontade e a paciência, estás a conseguir, porque começam a desvanecer-me.
Ajuda-me a evitar os pensamentos, que, daí à acção, está a caminho de tornar-se um passo mínimo.

Alma? Ou "poser"?

15.07.15 | Bruno
Parece que não há muito mais a dizer. Parece que não há mito mais a fazer. Hoje estamos. Hoje somos. Amanhã, quem sabe?!
Debruço-me sobre o que acredito serem pedaços da minha alma. Ou talvez a necessidade de expôr-me, utilizando uma desculpa ridícula.
Em breve, este blog e o outro que escrevo em Inglês serão encerrados temporariamente. A maior parte das ligações serão encerradas e apenas uma entrada do blog estará visível. Tenho limpo e editado o Facebook, o Twitter, o Instagram... de seguida, virar-me-ei sobre os meus blogs e farei essa limpeza (ou edição) tão necessária. Tentarei corrigir todos os erros ortográficos, eliminarei coisas que considero desnecessárias a presença, eliminarei imagens e fotografias e tentarei dar um novo ar aos meus escritos. Manterei, sim, toda a verdade e toda a honestidade que, como em tudo na vida, não pode faltar aos meus escritos.
Agora, fecho este texto por aqui e tentarei. Tentarei, como tento todos os dias.

Hoje, o meu sonho é estarmos todos juntos (melancolia)

08.07.15 | Bruno
Ok. E que é que eu sinto, a esta hora da manhã? E que é que me corre na mente? Quem me sussurra aos ouvidos as histórias de outros dias e de outros tempos?

Em tempos, fomos felizes e fomos inocentes.
Em tempos acreditámos poder deitar-nos nas núvens e olhar cá para baixo, dizer adeus e sorrir. Sorrir muito, sorrir ao vento e às árvores que dançam. Sonhámos sorrir ao mundo e acenar: quão mais fácil seria a vida se, como uma criança inocente num comboio, disséssemos adeus pelas janelas da mesmo, a um qualquer desconhecido, com um rasgado sorriso no rosto?
Em tempos, sonhámos ter todo o mundo nas nossas mãos. Em tempos, sonhámos. Em tempos quisémos e desejámos, e vivemos. Hoje, resta-nos sobreviver num mundo doido, pautado pelas diferenças, pelo abuso do poder, pelo ódio. Hoje, resta-nos ver o mundo através de um bocado de plástico ou lutar na guerra. Hoje, resta-nos a destruição.
Em tempos, sonhei. Sonhei com os meus castelos, cavaleiros cansados a percorrerem os campos de regresso ao castelo, cavalos a correr livremente... em tempos, quis todo este mundo. Hoje, sonho com o meu campo de estrelas. O meu campo de estrelas, árvores feitas de sonhos; mantas de retalho, compostas de sonhos... muitos sonhos, que fariam um novo mundo.
Hoje, o meu sonho é voltar atrás. Voltar aos dias em que era feliz. Hoje, sonho que nos encontremos todos, que nos reencontremos de roda de uma fogueira. Cantaremos, alegres ou melancólicos, as canções que a vida nos tiver ensinado. Não seremos nada para lá daquele momento. E estaremos todos juntos a todos - os que nos queriam e os que queríamos; os que desconhecemos que estão para chegar. Hoje, o meu sonho é dormir e encontrar-me, lá nesse mundo com o qual sonho. acordes de guitarra, incenso que queima na imensa noite estrelada e nós, todos juntos. Lá, naquele sítio dos meus sonhos. Dos teus sonhos. Estaremos juntos, lá naquele sítio para onde vamos. E tudo o que vivemos não valerá mais do que um punhado de areia largado ao vento.