A noite tem sido de chuva, tem sido de trovoada. A tarde tem sido de chuva, rodeado de amigos. Ouvimos a trovoada de dentro do carro, vemos os relâmpagos por cima de nós. Fuma-se. Aproveita-se mais um pouco da noite. Sinto-me só. Em nada as minhas escolhas, nem as minhas acções influenciaram, por bem, a minha vida. Não é hora de tomar uma atitude? Não é hora de mexer-me, deixar de adiar as coisas? Não é hora de acreditar que, mal eu me mexa, o que está errado torna-se em certo, por fruto da minha acção e do meu esforço? Não está na hora de parar de ser medroso (e, talvez, merdoso) e provar-lhes que estão errados?
Talvez já tenha acalmado a tempestade. Que chova. Será auxílio à minha jornada. Resisitirei.
Eu olho o mundo, altivo e com desdém. Olho de longe, o mundo de que me afastei, as fobias e os complexos que ganhei, por conta do (imenso) decréscimo da minha audição e do tempo em que estive sem aparelho, dificultando imenso a minha comunicação com os outros. Olho o mundo e tenho, apesar das oportunidades que me são oferecidas, ataques de medo, de cobardia.
Sinto-me só. Tão só. Quero mais da vida.
O meu futuro começa hoje. É só acreditar. E mexer-me. Fazer por isso.
Entendo que nada entendo, que, num dia até gosto da ideia e, no seguinte, nem quero pensar na mesma. Frases. Ao invés de todo um texto, pequenas frases também servem para nos exprimirmos. E é isso que tenho feito esta noite. Medo. Paranóia. Nervos. Vontade de chorar. Solidão.