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As Crónicas da Vítima

As Crónicas da Vítima

Mi Tequila

29.10.16 | Bruno

Não há.
Não há sentimentos. Dá-lhe um dia quente, dá-lhe Tequila.
Não há sentimentos. Dá-lhe charme.
Não há sentimentos. Dá-lhe as ruas da cidade, dentro do teu carro.
Não há sentimentos. Dá-lhe uma noite, em que os traços de tédio, traçados a fumo pelo ar, sejam um mero esquecimento.
Não há sentimentos. Dá-lhe uma noite, lá bem para Oeste, que se marca neste país. Dá-lhe o canto do mar.

Não há sentimentos. Não há nada.

Escrúpulos mortos

27.10.16 | Bruno

Haverá algo mais para lá disto?
Haverá uma outra vida, um outro sentimento?
Dizem que erro, mas depois de tudo o que passei, a sós (tendo tempo de arrepender-me de confiar em certas pessoas), não quero nada mais.

Restam-me os traços da noite e os meus constantes erros. Resta-me um anseio, o conhecer das coisas e das pessoas... Esse conhecer tão próprio, que faz com que agarre e prenda um homem em mim, na hora do desejo, mas que o afaste e desapareça na noite sem remorsos.

Aprendi a ter que matar os escrúpulos. Só assim, consegui uma espécie de paz, que, ainda assim, é abalada pela melancolia tão própria desta alma, que ainda arde na febre da paixão.

Círculos próximos

16.10.16 | Bruno
 Tenho-me perguntado como é que algumas pessoas conseguem construir círculos próximos. Quer dizer, nos blogs, nas redes sociais menos usadas... Esse género de coisas.

Olho para certos blogs e para certos Tumblr's. Fico envergonhado com o meu, fico cheio de pudores com alter-egos. Procuro aproximar-me de outras pessoas, que impedem essa aproximação, que receiam a estranha criatura.

Tenho-me perguntado, até cagar para isso! 

Um dia...

14.10.16 | Bruno

Acordarás.
Não sabes bem como. Não sabes bem onde. Olharás o corpo adormecido, deitado ao teu lado, tentarás saber quem é aquela pessoa. Em vão.
A vista da janela será um deserto. Um deserto a perder de vista e irás interrogar-te sobre como terás ali chegado. Que Destino ali te levou.

Um dia, despertará em ti um anseio de qualquer coisa inominável. E estarás já longe... Muito longe.

Que confusão aqui vai.

09.10.16 | Bruno
Não sei o que se passa. Tão depressa quero, quanto enjoo das coisas.

Ando meio inconstante. E quero, realmente, uma outra emoção. Quero recuperar velhas sensações, quero recuperar velhas emoções. Mas ando inconstante. Ando a ansiar umas outras noites.

Mal entendo o que se passa dentro de mim, como caralho devo entender o que é que passa à minha volta?

Eu quero mais da vida, quero mais do mundo. Mas o que eu quero da vida, não o terei, o que eu quero do mundo, não sei quanto mais o quererei.
Não faz sentido?

Olha. Olha-me bem. Bem fundo. Bem fundo, dentro dos olhos. O que vês?

Não sei. Não sei de nada.
Sei que tenho a cabeça toda fodida, por conta desta mudança de estação. E sinto-me a chafurdar.
Não sei se confio. Em quem confio. Não sei de nada, nada destes sentimentos, apesar de, de vez em quando, ter de viver com eles.

Não sei de nada.

Não consigo entender nada.

Estou tão cansado

08.10.16 | Bruno
Às vezes, não faz grande sentido parar e ficar a pensar no passado. Às vezes, é inevitável. Em tempos de tristeza, a ideia que nos ficou do passado é que é aí que residem os tempos felizes: tão pobres de espírito estamos, para procurar outros tempos felizes no presente.

Estou cansado de ver gente morrer e ser substituída por memórias. Estou cansado de viver com um vazio, com o vazio deixado por alguém que partiu e sobram memórias, casas onde, em tempos, se viveram tempos tão felizes e, agora, são o mausoléu de memórias agridoces, onde paira o pó no ar.

Estou tão cansado.

Acumulado

07.10.16 | Bruno

Às vezes, acumulamos tanta coisa, que torna-se complicado de gerir tanta coisa ao mesmo tempo. E mal falamos com alguém.
Chega-se a um ponto em que só apetece chorar. Mas não se chora.