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As Crónicas da Vítima

As Crónicas da Vítima

Não sei

15.02.17 | Bruno
Não sei já: por onde andei, quem amei (ou se amei), se tenho a alma aberta, se sonhos há por que valha a pena lutar.
Não sei o que dizer, não sei o que escrever. Só sei que sinto. Sinto muito e, no meu rosto, fica a seriedade de um dia de Inverno.
Amanhã é um novo dia. Daqui a pouco, tenho que ir trabalhar. E levo, dentro de mim, a certeza de que não sei. E de crer que nunca saberei.

Ainda não faz sentido

14.02.17 | Bruno
Ainda não sei. Não sei.
Parece. Deixa de parecer. Depois, parece uma vez mais.
Passam os dias. E sem saber o que se passa, traço gestos vagos pelo espaço do quarto. O fumo do incenso, dança à passagem da minha mão.
Ainda não sei.
Não sei qual é o propósito desta vida, qual é o propósito de estar aqui. Neste momento, o propósito é preparar-me e sair para trabalhar. Os devaneios, os pensamentos, podem aguardar umas horas. Podem demorar-se, enquanto lavo loiças e atendo o público.
Ainda não faz sentido.

Atordoamento

12.02.17 | Bruno
Aquele raro momento, em que me deixam atordoado com o que me dizem. Em que me deixam atordoado com as perguntas que me fazem. Em que vou a ler qualquer coisa e não consigo concentrar-me.
Aí está qualquer coisa, que não acontece todos os dias...

Uma personalidade fragmentada

08.02.17 | Bruno
Não sei porque insisto em fazer leituras, antes de escrever. Atrofia-me a cabeça toda, deixa-me sem saber o que escrever ou esquecido do que ia escrever. Não sei para que insisto. 
Fui descobrindo um ou outro blog, lendo aqui e ali, coisas de que gosto, coisas de não gostei tanto. Fui descobrindo novos bloggers, novas maneiras de ver as coisas, de agir e pensar face a elas. E isso tem sido bom, refrescante. Mas não preenche um vazio, que venho sentindo de há uns tempos para cá. Vazio esse, que tem-se reflectido das mais variadas formas. 
Hoje, pensei no curioso desdobrar da minha personalidade. E o melhor para com isso, tem a ver com o Twitter e com o Tumblr. Tenho duas contas de cada, uma que poderia ser dita "normal", só que quem pode definir o normal? Entretanto, por outro lado, tenho outra orientada à pornografia gay. E tenho visto que, nestas últimas, sou muito mais cru, muito mais verdadeiro, muito mais intimista, do que naquilo que chamaria de "normal". Talvez por escolher viver na penumbra, essa mesma penumbra que um certo anonimato me permite, sou muito mais eu. 
Ultimamente, tenho tido imensos pensamentos, sobre as mais variadas coisas, sem que, no fim, chegue a qualquer conclusão. Acabo por viver dividido, fragmentado, entre o orgulho e a vergonha, sem que nada atenue a sensação de vazio. O vazio continua ali. Não sei. Não sei porquê, sem ser uma maior estabilidade (outro trabalho, mais dinheiro), não entendo que possa originar esta sensação de vazio. 
(Há pessoas que tentariam debater esta sensação, com a falta de alguém. De tempos a tempos, recordam-se que sou só e tentam, infrutíferamente, fazer-me entrar na ideia de que tenho que arranjar alguém. Toda a minha vida fui só, passei pelas piores fases da minha vida sozinho e afastei todos, enquanto atravessava as maiores tempestades da minha vida. Ninguém vai preencher aquilo que está no mais intimo de mim.)
Sinto este vazio. Sinto uma espécie de angústia, que não tem quê, nem porquê. Uma personalidade fragmentada, dividida entre o socialmente aceite e a poesia pornográfica, da mais pura e crua que possa existir. E não consigo encontrar un ponto de equilíbrio. 
Escrevo para lidar com as coisas, para não enlouquecer de vez. Mas, bem lá no fundo, talvez não fosse mau de todo enlouquecer, deixar de ter a noção gritante que tenho das coisas. 

Os jogos e a vida

08.02.17 | Bruno
Eles acham-se mais. E acham-se melhores.
Contudo, em jogos que são de pares, que se jogam calados, quando o teu parceiro dá a entender o jogo que está a fazer ou em que oferece, constantemente, o jogo aos adversários, torna-se difícil de conseguires evoluir.
O mesmo acontece com a vida: aqueles que devem ajudar-te, continuam a puxar-te para baixo, logo torna-se difícil de conseguires erguer-te!

Censura

08.02.17 | Bruno
Desculpem lá qualquer coisinha, sim? É que há merdas que me dão uma comichão do caralho e, como rôo as unhas, não consigo coçar.
Escrevi esse texto, depois de alguma ponderação. Ponderei se o fazia, se não o fazia e pensei: "para o caralho com isto, vamos lá escrever esta merda". De modo que, sim, escrevi isto, porque anda muita hipocrisia neste mundo. Mas também existem muitos que falam bué e não fazem um caralho, ou que são burros como uma porta e mostram-no ao mundo.
A censura está viva, de saúde e, parece-me, recomenda-se.