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As Crónicas da Vítima

As Crónicas da Vítima

Another Birth, by Forugh Farrokhzad

28.10.21 | Bruno

 

My whole being is a dark chant
which will carry you
perpetuating you
to the dawn of eternal growths and blossoming
in this chant I sighed you sighed
in this chant
I grafted you to the tree to the water to the fire.

Life is perhaps
 a long street through which a woman holding
 a basket passes every day

Life is perhaps
a rope with which a man hangs himself from a branch
life is perhaps a child returning home from school.

Life is perhaps lighting up a cigarette
in the narcotic repose between two love-makings
or the absent gaze of a passerby
who takes off his hat to another passerby
with a meaningless smile and a good morning .

Life is perhaps that enclosed moment
when my gaze destroys itself in the pupil of your eyes
and it is in the feeling
 which I will put into the Moon's impression
 and the Night's perception.

In a room as big as loneliness
my heart
which is as big as love
looks at the simple pretexts of its happiness
at the beautiful decay of flowers in the vase
at the sapling you planted in our garden
and the song of canaries
which sing to the size of a window.

Ah
this is my lot
this is my lot
my lot is
a sky which is taken away at the drop of a curtain
my lot is going down a flight of disused stairs
a regain something amid putrefaction and nostalgia
my lot is a sad promenade in the garden of memories
and dying in the grief of a voice which tells me
I love
your hands.

I will plant my hands in the garden
I will grow I know I know I know
and swallows will lay eggs
in the hollow of my ink-stained hands.

I shall wear
a pair of twin cherries as ear-rings
and I shall put dahlia petals on my finger-nails
there is an alley
where the boys who were in love with me
still loiter with the same unkempt hair
thin necks and bony legs
and think of the innocent smiles of a little girl
who was blown away by the wind one night.

There is an alley
     which my heart has stolen
     from the streets of my childhood.

The journey of a form along the line of time
inseminating the line of time with the form
a form conscious of an image
coming back from a feast in a mirror

And it is in this way
that someone dies
and someone lives on.

No fisherman shall ever find a pearl in a small brook
which empties into a pool.

I know a sad little fairy
who lives in an ocean
and ever so softly
plays her heart into a magic flute
a sad little fairy
who dies with one kiss each night
and is reborn with one kiss each dawn.

 

Karim Emami Az Past O Bolande Targomeh Page 19-21

Fonte

tristeza

27.10.21 | Bruno

 De nada me serve escrever-te. E, talvez, esteja a receber aquilo que pedi. Talvez não.

É um dia após o outro, um mágoa após a outra. A vida tem dado vários golpes fortes, uns após os outros. Já poderia ter um pouco de calma.

Estou triste. Muito triste. O porquê, não sei. E estou a reagir de uma forma que não queria, a algo que não tem razão de ser.

Por Favor!

27.10.21 | Bruno

 

Espero, sinceramente, que o pouco que vi, não seja o que estou a pensar. Não estou em condições mentais de aguentar um golpe desses, muito menos de deixar passar em branco aquilo que me tem vindo a incomodar - é o karma a acontecer!

Contudo, acho que nunca fiz assim tanto mal a ninguém, para não merecer qualquer tipo de melhoria na minha vida.

Parece que tenho uma coisa por olhares

25.10.21 | Bruno

 Há uns aninhos atrás, escrevi um texto que falava de alguém que amei e muito. Na verdade, falava apenas daquele olhar, que, agora que me lembro, trespassava uma alma.

Actualmente, não é amor o que sinto, mas há alguém que vejo de vez em quando. Esse alguém tem um olhar igualmente ou mais profundo ainda, não obstante a sua jovem idade. Especialmente, quando tenho a cabeça num certo sítio, olho para cima e os nossos olhares encontram-se. No fundo, não é o seu belo rosto, o seu corpo jovem que me dá uma tesão descomunal aquilo que me desconcertam. É aquele olhar!

Há uns anos, se perguntassem no que é que reparava primeiro num homem, talvez respondesse que fosse a cara ou o corpo. Sei que muitos dirão que é o sorriso aquilo que os desarma. Actualmente, sem sombra de dúvida, direi que é o olhar aquilo que mais me atrai num homem!

Iniciei um novo blog

22.10.21 | Bruno

 Recentemente, iniciei um novo blog! E ainda que essa ideia já andasse a rondar a minha mente há bastante tempo, foi após mais um episódio depressivo que decidi avançar. O meu novo blog é numa outra plataforma, que, entre outras coisas, consegue ser mais interactiva do que o blogspot. Em poucos dias, consegui um destaque no Sapo com um texto sobre a minha ansiedade e as redes sociais, sobre como a minh'ansiedade se manifesta perante as redes sociais. Não mencionei, por exemplo, que, ainda que escrever seja um óptimo escape, a ansiedade já me levou a eliminar dois blogs naquela mesma plataforma.

Após um período depressivo que parece ter acalmado, ainda noto alguma melancolia. Não fossem os trabalhos que tenho andado a fazer por casa, seriam longas horas a fumar e a olhar para o horizonte ou mesmo na cama. Não tenho grandes explicações para o que despertou este novo "estado": ainda que associe a quando o tempo começou a mudar, sei que há mais por detrás destas sensações. E, com isto, quase terminei algo que nunca começou sequer.

Hoje, penso nele. E nele, repousam alguns pensamentos e devaneios que sei serem impossíveis: quem não é de nós, nunca será como nós. Uma curiosidade há (quase?) quatro anos atrás, criou uma ligação sexual improvável. Ainda que não hajam momentos que possam despertar sentimento, ainda que eu não brinque com sentimentos (nem com os alheios, nem com os meus), o certo é que tenho considerado cenários improváveis. Aquele corpo, conheço-o (quase) de cor. A voz, os gemidos, música para os meus fracos ouvidos. Existe um certo olhar, típico e dominante, num rosto jovem e num corpo que acende o maior fogo em mim (sei que me deseja, porque mal nos vemos e está de pau feito!). Mas é apenas isso.

Nos últimos tempos, tenho-me desviado de amantes. E ainda que tenha conhecido uns novos amantes, tenho-os evitado: alguns, porque têm alguém que os prende e que amam e a idade trouxe-me alguns escrúpulos que antes não tinha; outros, porque não têm nada de novo para me dar ou, ainda, porque o esforço que fazem, não é nem um décimo daquilo que emprego, para que tenhamos ambos o que desejamos; existe, também, um caso único, em que a tesão desapareceu por causa das drogas e acabo por passar horas de frustração, enquanto a pessoa se droga. E, muito sinceramente, não quero ver-me em certas situações: não são para mim.

Recentemente, iniciei um novo blog, que teve já uma certa atenção, mas será aqui que virei, quando o peso é demasiado e o choro (que não choro) sufoca-me a alma. Trago a alma à flor da mágoa, sem que alguém me tenha ensiado a lidar com isso alguma vez. Tenho dirigido a minha atenção a coisas e a pessoas, que não têm culpa do estado em que estou, simplesmente porque são fáceis de culpar, já que nos usamos mutuamente para satisfação pessoal, enquanto que, mais uma vez, enfrento as minhas piores fases e os meus demónios sozinho.

Quanto àquele sentimento sobre o qual tnto me chateaiam, o amor, repito este excerto da última frase "... enfrento as minhas piores fases e os meus demónios sozinho."

Angústia!

18.10.21 | Bruno

Sento-me em frente ao computador com o editor de texto aberto. Escrevinho umas frases e logo desisto. Vou aos rascunhos automáticos e elimino o que escrevi. Não me interessa, não serve para nada.

Sento-me em frente ao computador, ouço um fado. Acendo mais um cigarro, na constância deste gesto e deixo subir o fumo azulado e ondulado. Angústia. Vazio. Parece que em toda a minha vida acompanharam-me a mágoa, a angústia e o vazio, a angústia do vazio ou o vazio da angústia; a esta altura, já não espero muito mais.

A minha ansiedade e as redes sociais

16.10.21 | Bruno

É de madrugada e, muito possivelmente, deveria estar a dormir. No entanto, aqui estou, a escrever um texto, para exorcizar, mais ou menos, os meus demónios. Mas como dizia uma frase que partilhei no Facebook numa destas noites: "não adianta queimares incenso, se a energia negativa da tua vida és tu".

E não foi por acaso que mencionei o Facebook: acho que o título deste texto é explicativa por si só. Sem fazer grandes retrospectivas, nem entrar em grandes detalhes, já sofri com uma depressão profunda no passado. Actualmente, ainda que não tenha procurado qualquer diagnóstico profissional, tenho noção de que todos os indícios não me falham: a depressão anda por aqui, com maior ou menor intensidade. Além da depressão, algo recorrente na minha vida, é a ansiedade. E ainda que o título faça menção às redes sociais, não são as mesmas que me provocam ansiedade; no entanto, quando a minha ansiedade está a rubro, nota-se através das mesmas. Não sou como uma boa amiga minha que, em fases mais depressivas, faz alusão a isso em publicações do Facebook: sou antes alguém que segue e deixa de seguir contas no Instagram e no Twitter, porque, dentro de mim, sinto que não faz diferença se seguir ou não aquelas pessoas; ou, então, penso que não vale a pena seguir aqueles com quem já não me dou, nem vejo de forma diária, mesmo que signifiquem algo para mim; ou, como por exemplo, há pouco no Instagram, a seguir vários actores, para deixar de segui-los logo de seguida.

Não só li artigos, como já li várias entradas de blogs que mencionam as redes sociais como possíveis potenciadoras de ansiedade: acredito e aceito, mas, como já mencionei, não é o meu caso. No Instagram, basicamente só sigo pessoas conhecidas, alguns artistas, actores (alguns pornográficos) que não estejam no Facebook ou no Twitter e de quem goste; no Twitter, tenho pensado em seguir vários actores, dos que via em miúdo e dos que vou vendo em séries, sigo músicos, poucas pessoas conhecidas, algumas páginas e alguns actores pornográficos (alguns, mais humanos que o utilizador  normal do Twitter), contas políticas nacionais e europeias; no Facebook, sigo um pouco de tudo o mencionado anteriormente, além dos amigos e conhecidos adicionados. Destas redes sociais, o Facebook não sofre grandes alterações, mas são o Twitter e o Instagram que vêem a maior manifestação ansiosa do Bruno, a seguir e a deixar de seguir pessoas e depois a ficar ansioso, por não seguir quem deixei de seguir minutos antes.

Sei que, muito provavelmente, deveria procurar ajuda profissional, mas não quero acabar como da última vez que estive numa consulta de psiquiatria, há uns dez anos, em que saí com uma receita de dois antidepressivos diferentes, um controlador da ansiedade, um estabilizador de humor e comprimidos para dormir. Sinceramente, para isso, prefiro ir ali ao traficante da esquina e fumar umas ganzas e drogar-me com alguma coisa de qualidade. Entretanto, vou manifestando a minha ansiedade nas redes sociais, vou escrevendo textos destes, vou ouvindo umas músicas e vendo os dias a passar todos iguais aos outros. No fim de contas, nada disto é por acaso, nem os últimos anos foram fáceis (se é que alguma parte da minha vida o foi), nem há ninguém que me puxe para cima nestas alturas, pelo que, olhando bem lá para trás, estou orgulhoso de manifestar-me exclusivamente assim, ao invés de escolher uma rota mais obscura.

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