Eleições
O Partido Socialista conseguiu a maioria absoluta. Portugal fez a cama da bancarrota onde, a continuar assim, em breve se deitará.
É isto. Boa noite!
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O Partido Socialista conseguiu a maioria absoluta. Portugal fez a cama da bancarrota onde, a continuar assim, em breve se deitará.
É isto. Boa noite!
Poderia escrever um monte de lamentos - e, na verdade, apaguei já um enrome texto - mas não vale a pena: no fim de contas, continuará a tentar marcar território ou a tentar fazer com que sinta algum tipo de culpa, mas continuará a falhar. Poderia escrever sobre alguém que tenta sempre passar uma imagem de pureza e rectidão, quando sei o que se esconde por debaixo dessa capa de fumo. Sobre esse alguém que se queixa dos outros, de como eles usam o seu tempo, como se do deles se tratasse, enquanto faz algo parecido. Poderia lamentar-me dessa pessoa que acha por bem discutir com os outros, mesmo quando não tem razão. De alguém cuja mão destrói o que toca. Poderia escrever sobre um monte de coisas e tudo sobre uma só pessoa, mas não vale a pena.
Poderia escrever sobre como, mais uma vez, ele me tinha bloqueado no Messenger, quando nunca fui eu que o contactei nestes quatro anos. Poderia escrever sobre como já o havia bloqueado antes, porque estas atitudes incomodavam-me, mas acabei sempre por desbloquear, já que nada justificava que o bloqueasse. O assunto foi resolvido, já que bloqueei de volta, mas não me limitei a bloquear o Messenger: bloqueei o Fcaebook e o Instagram e, desta vez, não pretendo desbloquear.
Tenho 34 anos e, enquanto algumas pessoas me dizem que sou novo demais para dizer "estou velho demais...", a verdade é que estou, realmente, velho demais para lidar com algumas coisas. ou, talvez, esteja cansado ou sóbrio demais para turar certas merdas. Sei que já escrevi sobre o que quero e, principalmente, sobre o que não quero, mas prefiro escrever e depositar, assim, as minhas frustrações, do que andara remoer nelas. No fim de contas, estes espaços são, para um mim, um aterro de sentimentos bons e menos bons, como forma de enaltecer ou de me largar deles.
Não só se o escritor se apaixonar por ti, mas se o escritor te desejar. Por uns instantes. Por umas horas. Por uns dias. Se o escritor te odiar, se falhares com o escritor, se despoletares a raiva, serás eterno. Se o marcares, viverás para sempre pela pena daquele que escrever-te.
Se o escritor se apaixonar por ti, nunca morrerás.
Há horas em que penso nos versos escritos, em folhas agora soltas, guardadas debaixo da cama. Devaneios de amor, de solidão, de ódio, do medo de ser assassinado. Há horas em que penso nesse amante que já não tenho há meses, mas que foi marcante. Que, de vez em quando, regressa, que procura. Aquele amante cujo caminho se cruza continuamente com o meu. Aquele amante que não escrevi, mas muito teria a escrever: o corpo que conheço de cor e o olhar; os gemidos pela madrugada ou no fim de tarde, numa pequena arrecadação ou numa cama. Aqueles outros amantes, sobre os quais poderia escrever, sem que tivesse amado, senão desejado.
Há horas em que os devaneios me enchem o espírito e as frases saem fluídas. Fará sentido? Não sei. Sei que desejo, que amei, que escrevi. E escrever foi, muitas vezes, a âncora.
Ultimamente, fala-se muito de negacionismo. Usa-se muito esse termo, especialmente derivado a pessoas que têm dúvidas sobre a eficácia das vacinas de Covid-19. Contudo, o título dete texto é um bocado enganador: não sou negacionista dos cuidados profissionais de saúde mental.
Não acompanhei a onda de partilhas que se fizeram nas redes sociais aquando do desaparecimento de Amélie Battle Bastos, senão uma partilha que vi no Twitter. Estava no café, quando odno do café que frequento comentou que o corpo da rapariga tinha sido encontrado, depois da mesma ter saído de casa com alguns medicamentos. Com isto, surgem sempre aquelas ondas de solidariedade, aquelas ondas de "devíamos ver o que se passa à nossa volta" e demais frases que são proferidas e escritas quando um caso destes acontece. E este género de frases costuma irritar-me:
É por isso que o meu título se refere à farsa dos cuidados de saúde mental: não são os cuidados profissionais de saúde mental que são uma farsa, são aqueles que estão à nossa volta e que, à custa de uns likes, de comentários em concordância, com o seu falso moralismo e cuidado com o próximo, debitam frases mais que gastas, enquanto julgam ou ignoram aquele amigo ou conhecido que sofre mesmo ao seu lado.Esses cuidadores da saúde mental é que são os farsantes.
Uma pequena nota: quando menciono essas frases que se partilham em busca de aprovação, de gostos nas redes sociais ou de concordâncias hipócritas sempre que um caso destes acontece, não são proferidas quando são forças da autoridade a cometer suicídio. Muitas vezes, pessoas ligadas a certos partidos da nossa praça política, fazem comentários de júbilo, utilizando frases como "a arma deve ter escorregado e disparado contra ele. Espero que a arma esteja bem". Estendo aqui a minha solidariedade a todas as forças de segurança e aos seus agentes que possam estar a sofrer com depressão ou qualquer outro transtorno mental.