Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

As Crónicas da Vítima

As Crónicas da Vítima

Não morri

22.07.22 | Bruno

Tenho andado silencioso nos últimos tempos. A vida não mudou. A rotina não mudou. Mantém-se as coisas na mesma.

Não tenho tido muita vontade de aparecer por aqui ou de escrever. E sei que, no fim de contas, tenho falhado umas quantas semanas aos desafios a que me tenho proposto por aqui.

É, como de costume, madrugada e fumo um cigarro. A cabeça dói-me ligeiramente e marca hoje, dia 22, três anos desde que perdi a minha tia, depois de uns meses dolorosos a caminhar para médicos, a fazer os percursos num SNS já falho, onde um oncologista do mesmo me dizia que, se eventualmente a minha tia entrasse em coma, que a mantivesse em casa, pois o hospital não a aceitaria estando no estado em que estava. De manhã, recebi o telefonema de que tinha falecido de madrugada.

No fim de contas, a vida é sempre a somar, para se subtrair um e outro e outro ainda.

E, de repente, somos racistas!

21.07.22 | Bruno

Não há muito tempo, cruzei-me com textos de Anderson França, através de uns canais do Telegram que eu sigo. Como sempre, fui directo à fonte: a página da dita pessoa (?).

Anderson França é um suposto jornalista, que "fugiu" para Portugal no intento de escapar a supostas ameaças da extrema-direita brasileira. Uma vez em Portugal, todos os textos que Anderson França escreve são ataques directos a Portugal e a todos os Portugueses. Somos, de repente, todos extremistas, racistas e xenófobos. Todos, sem excepção. No entanto, quando Anderson França menciona a suposta "teoria" da substituição populacional, ele diz que milhões de brasileiros invadirão Portugal para substituir-nos (creio que o texto terá sido apagado, mas não é difícil de encontrar o printscreen do mesmo nos tais canais), para invadir-nos e colonizar-nos. Menciona, também, um suposto ataque a uns brasileiros quaisquer perpetrados por Portugueses e não ciganos, como, mais uma vez supostamente, terão dito militantes do partido Chega - de notar que, para este senhor, os ciganos já não são Portugueses. No meio deste devaneio da substituição de Portugueses por brasileiros, esse suposto jornalista menciona que são um povo habituado à violência - bem se viu, quando um grupo de brasileiros espancou um rapaz sozinho na noite lisboeta ou quando um polícia de folga foi assassinado por um Ucraniano e por um brasileiro, militares da Marinha Portuguesa, brasileiro esse já com um longo cadastro dentro da própria instituição (e se dúvidas houverem, procurem as reportagens da televisão) - o que, no meu entender, é uma ameaça e incentivo à violência. Anderson França está agora em França, a pedir "asilo político", enquanto continua a destilar ódio sobre Portugal e sobre os Portugueses. Numa das suas últimas publicações no Instagram, congratula-se com a morte de "idosos, Portugueses" durante a vaga de calor que atingiu o país.

Além dessa pessoa (?), vários brasileiros têm feito publicações constantes de ataque aos Portugueses. Um deles, fez um exposição no MAAT a atacar a nossa História. Tirava printscreens do Twitter e de comentários que recebia, tendo apagado os mesmos entretanto. Pouco depois, o vídeo de uma outra brasileira, em Sintra, com "receita de bolinhos de bacalhau": a receita consistia em atacar, comer, despedaçar, bombardear e incendiar Portugal. Entretanto, vários printscreens de Africanos: um deles, porque não quero alongar-mr em demasia, dizia que deveriam ter incendiado muito mais do que foi incendiado nos últimos dias, porque Portugal apoia a Ucrânia na guerra que a Rússia lhe declarou.

Em canais de notícias em Português, estes constantes ataques de ódio a Portugal e aos Portugueses multiplicam-se entre Brasileiros, Africanos e Indianos. Contudo, para Mamadu Ba, "Joceline" Katar Moreira e os deputados do Bloco de Esquerda, somos nós os agressores, racistas, xenófobos e extremistas.

Ultimamente, graças à partilha destes vários vídeos e printscreens, percebi que há pessoas que, não tendo a visão que tenho há bastante tempo, têm-na agora.

Quando pessoas desta estirpe atacam um povo e um país, achando que são todos "moles" e que vão baixar a cabeça, deve ser uma desagradável surpresa ver que as suas acções geram reacções. Quando pessoas (?) com alguma visibilidade vão para as redes sociais atacar um povo, congratular-se com a morte de pessoas desse povo, incitar à violência contra as pessoas desse povo, se recebem ameaças de morte? Não tenho pena. Quando dizem querer destruir, aniquilar, queimar um povo, são ameaçados? Não tenho pena. Quando estão em esplanadas de café de um país, atacam o mesmo e o seu povo, se levam umas bofetadas? Não tenho pena.

Pelo Twitter, circulava uma questão entre utilizadores homossexuais, há uns tempos: "como é que sentem orgulho de ter nascido num certo pedaço de terra?", enquanto homossexual eu pergunto: "por que é que devo ter orgulho de levar no rabo?".

Sim, sou Português e não, não sou daqueles que ameaça os outros pelas suas palavras. Mas se souber que foram apanhados? Não tenho pena. Se isso é ser racista? Bem, sou Português e sou muito orgulhoso nisso e, se isso é ser racista, sou ORGULHOSAMENTE PORTUGUÊS!

52 Semanas de 2022 | Objectivos para o futuro

04.07.22 | Bruno

Para o futuro, espero encontrar-me e sentir-me eu. Saber quem sou, onde estou e o que espero dos outros e, sobretudo, de mim mesmo.

Para o futuro, traço a resolução de assuntos não resolvidos: se me dou de novo, se permito que me cheguem, se sigo em frente e desapareço. Estabilidade a todos ou, pelo menos, a vários níveis. Saber o que anseio.

Resumindo: objectivos para o futuro, estabilidade.

Texto (novamente) atrasado, no âmbito do desafio das 52 Semanas de 2022!