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As Crónicas da Vítima

As Crónicas da Vítima

Poderia ser uma retrospectiva - só que não!

26.01.24 | Bruno

Quando acaba um ano e outro começa, não sou o género de pessoa que faça uma retrospectiva do que fica para trás, nem planos para o que possa vir. Mostram-me as memórias do Facebook, que já o fiz, bem como organizar ou afirmar ideias, tanto na passagem de ano, quanto ao longo do mesmo, mas agora não.

Pensei, no entanto, várias vezes em fazer uma publicação no mesmo Facebook, sobre o que e quem ficou para trás, até me aperceber que 2023 não foi um ano de grandes mudanças. Houve situações caricatas e perigosas. Pessoas que achei ter deixado para trás nesse ano, na verdade, ficaram já no ano anterior e a sua ausência já não me afecta - tanto. Nem a sua hipotética presença. Houve situações e comportamentos que, simplesmente, mantive fora do meu nível de tolerância. No fim do dia - ou do ano - existiu uma constância daquilo a que me tinha proposto.

Comecei 2024 com a certeza de querer continuar firme e resoluto, na distância de certas pessoas. Vacilo, por vezes, no anseio e no desejo de voltar a ver e a estar com determinadas almas. Sentir determinados corpos. Ouvir determinadas vozes. Mas não vale a pena - as pessoas e as situações não terão mudado. E está tudo bem. A vida segue e o mundo tem 8 mil milhões de pessoas. Cada uma com as suas qualidades e defeitos - bem como eu - e a grande roda da vida gira.

O que for, será. O que tiver de ser, será. Por vezes, há que combater pelo que se quer e pelo que se deseja; outras, há que combater essas mesmas coisas e, principalmente, aquilo que nao se quer: seja na nossa vida, seja a abusar dos nossos níveis de tolerância.

Então, não faço uma retrospectiva de um ano que não teve muito a rever-se. Mas faço o plano de manter a minha firmeza nas convicções, a distância de quem a deve sentir e o silêncio a quem não quer ouvir a voz.

Obrigado pela confiança

26.01.24 | Bruno

Ontem à tarde, encontrei um amigo num café da minha cidade. Daquelas amizades leves e soltas, que se conversa de vários temas e onde afirmo, repetidas vezes, que estou a tomar o tempo ou a aborrecer o amigo. O amigo que nega com um sorriso leve e solto, bem como a amizade.

Há algum tempo que não tinha conversas em que as pessoas confessavam os seus desejos mais íntimos, bem como os seus receios. E devo dizer que, tal como no final da minha adolescência e no início da minha vida adulta, continua a saber bem que as pessoas tenham confiança para isso mesmo: expor-se perante mim, no seu âmago, no mais íntimo de si mesmas.

E sei que não escrevia aqui há bastante tempo. A verdade é que a vontade tem sido mínima e, quando tento, acabo por apagar os textos por não gostar do resultado ou por não estar à vontade com as palavras. Também eu gostaria de ser leve e solto, mas sou apenas solto. Não tenho leveza e o peso que carrego na alma não me permite estar à vontade com tudo, nem com nada.

Ontem, uma simples conversa deu-me esta abertura. Amanhã, quem sabe?