Poderia ser uma retrospectiva - só que não!
Quando acaba um ano e outro começa, não sou o género de pessoa que faça uma retrospectiva do que fica para trás, nem planos para o que possa vir. Mostram-me as memórias do Facebook, que já o fiz, bem como organizar ou afirmar ideias, tanto na passagem de ano, quanto ao longo do mesmo, mas agora não.
Pensei, no entanto, várias vezes em fazer uma publicação no mesmo Facebook, sobre o que e quem ficou para trás, até me aperceber que 2023 não foi um ano de grandes mudanças. Houve situações caricatas e perigosas. Pessoas que achei ter deixado para trás nesse ano, na verdade, ficaram já no ano anterior e a sua ausência já não me afecta - tanto. Nem a sua hipotética presença. Houve situações e comportamentos que, simplesmente, mantive fora do meu nível de tolerância. No fim do dia - ou do ano - existiu uma constância daquilo a que me tinha proposto.
Comecei 2024 com a certeza de querer continuar firme e resoluto, na distância de certas pessoas. Vacilo, por vezes, no anseio e no desejo de voltar a ver e a estar com determinadas almas. Sentir determinados corpos. Ouvir determinadas vozes. Mas não vale a pena - as pessoas e as situações não terão mudado. E está tudo bem. A vida segue e o mundo tem 8 mil milhões de pessoas. Cada uma com as suas qualidades e defeitos - bem como eu - e a grande roda da vida gira.
O que for, será. O que tiver de ser, será. Por vezes, há que combater pelo que se quer e pelo que se deseja; outras, há que combater essas mesmas coisas e, principalmente, aquilo que nao se quer: seja na nossa vida, seja a abusar dos nossos níveis de tolerância.
Então, não faço uma retrospectiva de um ano que não teve muito a rever-se. Mas faço o plano de manter a minha firmeza nas convicções, a distância de quem a deve sentir e o silêncio a quem não quer ouvir a voz.