Uma Partilha Sobre Para Que Estou A Viver
morre menos gente de cancro ou de coração do que de não saber para que vive; e a velhice, no sentido de caducidade, de que tantos se vão, tem por origem exactamente isto: o cansaço de se não saber para que se está a viver.
Agostinho da Silva
Esta frase foi partilhada pela Ana. No final da partilha, a Ana lançou um desafio para que as pessoas marcadas na publicação partilhassem sobre para que estamos a viver. E, sinceramente, entrar nos últimos desafios de escrita tem-me demonstrado que não tenho praticado o bastante a minha escrita, que não tenho pensado o suficiente em algumas questões que, se calhar, atravessam a mente das pessoas, que não tenho feito uma verdadeira introspecção, senão pelos meandros da minha angústia.
Sobre para que estou a viver é, na verdade, uma muito boa questão. É uma questão à qual não sei responder, pelo menos imediatamente. Acredito que, neste momento, estou a viver para chegar ao fim do dia e, quando me deito, para acordar para mais um dia. Estou a viver para encontrar algo: algo que procurei antes, com o qual me desiludi e que, se me perguntarem, afirmo abertamente que não quero nem preciso algo que, na realidade, estou a ver se floresce. Vivo para que possa escrever um pouco mais e escrevo para viver um pouco melhor.
No fim de contas, é como diz aquela frase:
„A morte não é a maior perda da vida. A maior perda da vida é o que morre dentro de nós enquanto vivemos…“ — Pablo Picasso
E, no fim, estou a viver para saborear cada instante.